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domingo, 1 de maio de 2011

[Resenha] 127 Horas (2010)

O embate do homem contra a natureza sempre rendeu grandes sucessos de bilheteria mundo afora, como é o caso de filmes como "O Dia Depois de Amanhã" (The Day After Tomorrow) e "2012". A luta da humanidade pela sobrevivência é um tema muito comum no meio cinematográfico. Frente a grandes títulos de destruição, a pequena história de apenas um homem contra a natureza soa bastante minimalista e desinteressante.

Mas, para ideias desinteressantes, sempre surge um talentoso cineasta para torna-las reais, e o resultado pode ser um filme promissor. Eis que surge Danny Boyle, diretor de "Quem Quer Ser Um Milionário?" (Slumdog Millionaire) e "O Extermínio" (28 Days Later), e encarrega-se da produção de um desses conceitos ousados. O produto final é um dos melhores filmes de sobrevivência que já passaram pelas telonas.

127 Horas (127 Hours) teve sua estréia em novembro de 2010 nos EUA, e apenas chegou ao Brasil em fevereiro desse ano. O longa relata a famosa história real de Aron Ralston, interpretado por James Franco, um experiente aventureiro, que decidiu se aventurar nas paisagens de tirar o folego do cânion Blue John, no estado do Utah. Não muito após começar o trecho a pé de sua jornada, Aron se vê em perigo quando uma gigante pedra se desloca e prende parte de seu braço direito.

Aron Ralston (James Franco), protagonista cheio de carisma
Com pouca comida e água (o suficiente pra apenas um dia, que era o planejado para a viagem), Ralston passa por uma situação desesperadora por vários dias. Egocêntrico, Aron não havia contado a ninguem para onde ia. Agora, totalmente sozinho, passa a sofrer de alucinações entre as suas tentativas de retirar a rocha de cima de si, e chega a beber sua própria urina para sobreviver. Até que, numa medida desesperada para se libertar, decide amputar seu próprio braço com um canivete cego.

O filme consegue transmitir bem as sensações do aventureiro. Em seu tempo sozinho, Aron passa a fazer um diário em video, dialogando com a câmera e fazendo depoimentos para sua família, para o qual passa a dar mais valor. Através de seus depoimentos e devaneios é que passamos a conhecer realmente Aron, muito bem interpretado por James Franco, que consegue transparecer toda a dor, solidão, loucura e agonia do carismático personagem.

A direção de Boyle nos mostra ângulos únicos do cânion Blue John
Além da boa atuação de Franco, temos os impressionantes cenários do cânion Blue John, mesmo que por uma pequena extensão do filme, já que o mundo de Aron passa a ser apenas a apertada formação rochosa em que ficou preso. Sim, a maioria da obra se passa num só lugar, o que pode parecer monótono. Mas acredite, a excelente direção de Boyle não deixa o longa parecer desinteressante em momento algum. A fotografia da obra é impecável, com ângulos de câmera que captam muito bem o que se passa. Além disso, há a música, que também possui um papel importante na obra, e que encaixa-se muito bem no resultado final.
  

O verdadeiro Aron Ralston
127 Horas recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Filme do Ano e Melhor Ator, para James Franco. Merecido, já que a dupla formada pelo ator e por Boyle rendeu um filme sensacional, com uma das melhores e mais perturbadoras cenas do cinema: a famosa cena da amputação do braço de Aron. Nenhum detalhe foi poupado, garantindo arrepios para toda a platéia. Inclusive, na estréia do filme no Festival Internacional de Filmes de Toronto, alguns telespectadores não aguentaram assistir à cena e desmairam ou tiveram que ser retirados da sala de cinema. 

Um relato fiel da sobrevivência de Aron Ralston, o longa é uma experiência única, que tenta nos passar uma certa lição de vida, já que Ralston, como muitos de nós, não dá importância às pequenas coisas da vida, e até mesmo à sua família. Após a eletrizante aventura, Aron passa a valorizar muito mais sua existência. Vale a pena assistir.

Confira, abaixo, o espetacular trailer do filme:


Para ler a história completa da aventura de Aron Ralston, confira a matéria no site da revista Go Outside aqui.

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