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quinta-feira, 5 de maio de 2011

[Resenha] Thor (2011)

A editora de quadrinhos Marvel, após várias adaptações fracassadas para o cinema, aprendeu sua lição e decidiu investir pesado no seu setor cinematográfico. O investimento resultou nos aclamados filmes do Homem de Ferro (Iron Man) e de seu antecessor, The Incredible Hulk.
Uma das vantagens encontradas pela Marvel em produzir seus próprios longas é a capacidade de interligar as obras, dando a impressão de que os universos de todos os heróis são unidos, característica  marcante nos quadrinhos da editora. Pensando nisso, a produtora lança seus filmes como prelúdios para algo muito maior que está por vir. Agora, a Marvel dá o penultimo passo para preparar os fãs para o vindouro filme dos Vingadores (The Avengers), que contará com o Homem de Ferro, Hulk, Capitao América, Gavião Arqueiro e Thor. E é sobre o ultimo que a Marvel fez seu novo filme, dirigido por Kenneth Braganh, famoso por sua adaptação de Hamlet para os cinemas.

Thor, que estreou sexta passada, 29, nos cinemas brasileiros, narra a história do herói de mesmo nome, o deus nórdico do trovão, com um enredo inspirado em uma das aventuras do personagem criado por Stan Lee para os quadrinhos. O filme começa com uma grandiosa história, na qual Odin (Anthony Hopkins), o deus supremo, narra um de seus embates em Midgard (o mundo humano) para seus filhos, os deuses Thor (Chris Hemsworth) e Loki (Tom Hiddleston). A luta é travada entre o Odin e seus aliados contra os imponentes gigantes de gelo, que foram derrotados.
 
Thor, o arrogante Deus do Trovão
Após a história, presenciamos a celebração de coroação do deus Thor, como sucessor de Odin. Mas uma invasão causada pelos inimigos de Asgard, os gigantes de gelo, impede a cerimônia. O deus do trovão, então, decide invadir o mundo dos gigantes. Com seu temperamento arrogante, Thor acaba entrando numa briga, que é apartada por Odin, resgatando Thor. Mas, por sua insolência, o deus é banido para o mundo mortal e deve conviver entre eles até que seja digno de se tornar um deus novamente. Lá, o deus encontra a Dra. Jane Foster (Natalie Portman) na cidade de New Mexico. Com Asgard em crise e Thor preso no mundo dos mortais, é que o filme realmente começa.

As cenas de ação nos primeiros minutos do filme contam com efeitos especiais impressionantes e coreografias bem feitas. Branagh, o diretor, decidiu não criar os gigantes de gelo completamente com o uso de computação gráfica, o que confere um realismo extra às primeiras cenas do filme. Outro destaque inicial do filme é o mundo de Asgard, que possui um belo toque futurista que caiu bem com o filme. Em contraste, temos a pequena e simpática cidade do Novo Mexico, onde se passa a aventura no mundo humano.

Além dos cenários, Thor apresenta uma série de personagens cativantes. O arrogante deus brutamontes que dá o nome à obra é bem interpretado por Hemsworth, que realmente se parece com o herói dos quadrinhos. Seu tom de arrogância dá uma veia cômica ao filme, rendendo alguns risos enquanto Thor tenta se adaptar ao nosso mundo. Natalie Portman também interpreta bem a doutora, uma personagem inteligente e de personalidade forte, mas que possui um ar inocente e parece ter dificuldades em suas relações pessoais.

O amor entre Thor e Jane é um dos temas do filme
Contudo, Thor não é perfeito. O filme, apesar de seus aspectos positivos, apresenta alguns defeitos. É notável a quebra de ritmo do filme quando o herói chega à New Mexico, onde o enredo parece estagnar, sensação que só acaba nas cenas finais. Claro, Kenneth conseguiu conciliar as duas histórias que ocorrem simultaneamente (Thor tentando readquirir seu martelo, o Mjolnir, e os problemas que Asgard enfrenta com seu banimento), mas há momentos que aparentam  que nada demais está acontecendo no filme, fato que o diretor disfarça com as variadas cenas cômicas.

Além disso, há a sensação de que as personagens secundárias não participam da história como deveriam. Excluindo Thor, Loki, Jane e Odin, grande parte dos outros aparecem apenas como suporte, deixando a impressão de que eles poderiam ter um pouco mais de profundidade e personalidade. O que também desaponta é a falta de grandes batalhas, que só vemos no início do filme, quando Thor invade Jotuheim, a terra dos gigantes.

Thor, apesar de tudo, é um filme divertido. Mesmo com os problemas supracitados, o filme consegue satisfazer todos os públicos. Porém, o filme prometia mais, já que conta com um elenco de peso e narra a história de um dos maiores heróis da Marvel, o que aumentou e muito as expectativas dos fãs. O final extremamente melodramático do filme também não combina muito com o caráter do herói, já que esperava-se uma gigantesca batalha para encerrar a obra. Um filme decente, mas que, infelizmente, não conseguiu alcançar todas as suas expectativas.

Assista, abaixo, o trailer do filme:
 

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